sábado, 14 de novembro de 2009

Consumo abre espaço à criação

Que estamos em plena revolução no mundo digital, ninguém duvida. Mas como classificar esses novos tempos tão fluidos, no qual o consumo cedeu espaço à criação? Sim, porque se a Web 1.0 pode ser lembrada como a época em que se buscava mais e mais informações na rede, período da descoberta dos grandes bancos de dados e das mensagens instantâneas, na 2.0 esse antigo receptor ganha status de ator principal. O usuário passa a contar com mecanismos suficientes para construir e compartilhar informações, partilhar dados e opiniões. Na era do Twitter, Facebook, Flickr, Orkut, Youtube e Wikipédia, a ordem é postar e comentar.

A essência democrática caracteriza mais que nunca essa nova fase da Web, na qual o usuário é a figura central. O termo Web 2.0, cunhado pelo presidente e CEO da Reilly Media, Tim Reilly, em 2005, para uma sessão de palestras, classificou uma fase em que a internet deve ser vista como plataforma (e não mais como uma rede de computadores), marcada por uma “melhor experiência do usuário”, com valorização do conteúdo colaborativo e da inteligência coletiva, e na qual chega ao fim o ciclo de lançamento e atualização de softwares tradicionais. Nessa etapa, a programação deve ser prioritariamente simples.


ERA COLABORATIVA
Conforme destacam os autores Cormode e Krishnamurthy, essa segunda fase da Web pode ser compreendida como aquela em que grande número de grupos pode trocar conteúdo de qualquer tipo (texto, áudio, vídeo) e de diferentes formas (blogs, comentários, avaliações). A utilização colaborativa, aliás, é marca essencial, assim como a possibilidade de deixar o conteúdo acessível para aplicações externas, com uma nova maneira de tratar a informação. Tornar o conteúdo acessível para aplicações externas significa permitir que programadores autônomos consigam criar aplicações personalizadas e únicas, com uso de XML, RSS, API’S, entre outros.

Nesse sentido, não se pode deixar de mencionar o Mashup, cuja definição na Wikipédia é aplicação web que usa conteúdo de mais de uma fonte para criar um novo serviço completo. A nova maneira de tratar a informação, conforme destaca o blogueiro Marco Gomes, faz com que os dados deixem de ser indexados segundo categorias e subcategorias, como estruturas de pastas, e passem a receber relacionamentos diretos com palavras-chave. “Sai a taxonomia, entra a folksonomia”, lembra ele, para usar os mesmos termos anteriormente apontados por Tim Reilly.

INTERATIVIDADE
Por fim, não se poderia deixar de abordar a diferença na natureza dos sites, que distingue de maneira fundamental as duas fases da Web. Enquanto a primeira foi cenário de sítios “estáticos”, que expulsavam seus usuários ao menor clique, agora, a ideia é retê-lo ao máximo possível. Assim, a ordem é investir na interatividade, propiciar que o usuário possa se sentir colaborador e que retorne ao site por várias vezes. Assim, o incentivo à criação de contas para participar plenamente de alguns sites passou a ser comum, numa estratégia atualmente maximizada pelo Google.


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